Medicina nuclear abre novas possibilidades para diagnósticos e tratamentos
A medicina nuclear é uma especialidade médica que emprega materiais radioativos com finalidade diagnóstica e terapêutica.
É importante destacar que pequenas quantidades de substâncias radioativas, conhecidas como radiofármacos, são utilizadas como ferramentas para avaliar o funcionamento de órgãos e tecidos vivos.
Esse método é reconhecido mundialmente por proporcionar aos pacientes:
segurança,
conforto nos exames (praticamente indolor),
aplicações não invasivas.
As primeiras experiências envolvendo esse tipo de medicina ocorreram no distante ano de 1923, quando o químico húngaro George de Hevesy iniciava estudos voltados a separações isotópicas, ou seja, das reações dos elementos químicos.
Foi no ano de 1939 que ocorreram as primeiras aplicações terapêuticas de isótopos artificiais visando o tratamento de doenças da tireoide.
Neste post, apresentaremos detalhes da medicina nuclear e quais os desafios e perspectivas dessa especialidade médica no Brasil. Continue a leitura e confira!
A revolução da medicina nuclear no diagnóstico de doenças
A medicina nuclear é responsável por uma verdadeira revolução no diagnóstico de doenças, facilitando e possibilitando que essas sejam detectadas na sua fase inicial, viabilizando tratamentos com altos níveis de sucesso.
Dentre as doenças detectadas através dos diagnósticos, destacam-se:
embolia pulmonar,
infecções agudas,
infarto do miocárdio,
câncer,
obstruções renais,
doenças neurodegenerativas, etc.
Com o aprimoramento da tecnologia, como PET-CT e PET Ressonância, além do papel dos radioisótopos, o diagnóstico de câncer e das doenças degenerativas dos neurônios têm contribuído de maneira efetiva nos tratamentos.
Isso significa a obtenção de excelentes resultados no combate ao hipertireoidismo e tratamento de câncer, além de grandes avanços com relação a doenças, como o Parkinson, mal de Alzheimer e outros processos neurodegenerativos.
Terapia e diagnóstico combinados: o conceito de teranóstico
A medicina nuclear possibilita a aplicação do conceito teranóstico de forma efetiva, apresentando resultados surpreendentes que têm entusiasmado médicos ao redor do mundo.
Esse conceito envolve o uso de radiofármacos que, além de fornecerem informações detalhadas sobre tumores, transportam medicamentos capazes de tratá-los.
Trata-se, portanto, de uma combinação de terapia com diagnóstico, oferecendo uma abordagem inovadora para personalizar o tratamento de pacientes com câncer.
Para exemplificar, novos radiofármacos, como o lutécio e o actínio, já estão em uso na Europa, proporcionando resultados extremamente positivos.
Um exemplo marcante é o tratamento de pacientes com câncer de próstata, inclusive aqueles que não respondiam às terapias convencionais, mas que passaram a apresentar respostas positivas graças à medicina nuclear e suas tecnologias avançadas.
Desafios e perspectivas da medicina nuclear no Brasil
Os desafios da aplicação da medicina nuclear no Brasil são grandes, uma vez que faltam recursos que possibilitem o atendimento a todas as pessoas que necessitam de diagnósticos e tratamentos de qualidade.
Além disso, torna-se imprescindível a formação de profissionais qualificados que possam contribuir para o sucesso no uso dessa tecnologia.
No entanto, as perspectivas futuras são animadoras, uma vez que essa tecnologia já está disponível na rede privada do país e, ainda que timidamente, já é presente na rede pública das maiores cidades do Brasil.
Sem dados mais atualizados, o fato é que, de acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, ao final do ano de 2022, nosso país contava com:
436 instituições oferecendo esse serviço, entre hospitais, clínicas e centros de pesquisa,
foram realizados cerca de 2 milhões de procedimentos naquele ano,
80% dessas instituições se encontram nas regiões sul e sudeste,
25% dos atendimentos são realizados pelo SUS.
O governo trabalha para dobrar a capacidade de atendimento e procedimentos utilizando essa tecnologia. As últimas notícias demonstram que está sendo construído o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) em Iperó - São Paulo.
Esse projeto permitirá a autossuficiência na produção de radiofármacos, uma condição importante para popularizar a medicina nuclear no país.
Agora que você sabe mais sobre esse importante assunto, vale a pena acompanhar a leitura do nosso post que mostra como o atraso no tratamento para câncer impacta a vida dos pacientes!